quarta-feira, 8 de julho de 2015

Porque ainda tratamos mal as nossas meninas?

É tão tamanha a frequência com que ouço relatos de situações de vida onde as mães foram "más"* com suas filhas meninas, que vivo me perguntando qual a raiz dessa questão.

Entre amigas vejo como ainda é frequente que elas "confessem" que "sem querer" se dão conta de que mimam mais seus filhos meninos que as meninas. "Ah elas são bem mais independentes", "eles são tão carinhosos!" muitas ainda dizem, como dizia a geração da minha mãe.

Outro dia, conversando com uma amiga super mega hiper blaster antenada, humana, sensível, culta etc, etc, etc. quase caio pra traz quando trago esse assunto e ela me diz "sabe que outro dia me dei conta que minhas brincadeiras com minha filha caçula são bem diferentes das que faço com os meninos?! Com ela eram sempre palavras do tipo "nossa, mas vc não cansa de ser feia não, menininha?", "onde vc aprendeu a ser tão sapeca, hein?' e com os meninos era sempre no positivo, na aprovação incondicional...

Uau! Claro que isso não significa que ela a ame menos que a eles. Tenho certeza que não! Então porque continuamos a amar incondicionalmente nossos meninos e não nossas meninas??

Também não tenho uma resposta, claro! Mas uma coisa que sempre me parece confortar é pensar que um menino yang que nasce de uma mãe yin dá muito mais liga que uma menina yin que nasce de uma mãe yin. E essa natureza básica das energias que se atraem e repelem pode responder muito do como essa ligação vai se configurar.

O espelho que a menina pode representar para todas as feridas ou assuntos das mães, cuja existência dela vai trazendo à tona ao longo do tempo, e com os quais não sabemos ou não queremos lidar em nós, talvez seja um norte a olharmos essa questão.

Por isso, acredito no caminho  da consciência dos aspectos mal resolvidos em nós para que eles não precisem continuar sendo projetados nas nossas meninas, perpetuando o ciclo de baixo senso de valor que elas, tornando-se mulheres, continuam carregando em si. E que talvez seja o ponto de partida do novo ciclo de rejeição!

Como diz Maria Soledad, "o melhor que uma mãe pode fazer por sua filha é curar-se como mulher"! 

* por más quero dizer, repressoras, não protetoras, colocando sobre elas a maior parte da responsabilidade do cuidar na casa, com os irmãos, reprimindo sua sexualidade quando brota, julgativas, críticas...




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