sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Eu amo o meu trabalho. E você? :: Artigo publicado na Revista Expressa Mais!

Quase todo dia ouço alguém reclamar do trabalho: que não gosta do que faz, que não agüenta mais a rotina, que não tem ânimo, que o chefe...

O cenário da maioria das pessoas atualmente é de um dia a dia estressante no trabalho, cobranças cada vez maiores por resultados, pouco tempo de sobra para o “resto” das coisas da vida, pouco dinheiro de sobra no final do mês e por aí vai. Por que será que a nossa sociedade transformou o trabalho em tamanho peso?

Desde a escolha do caminho profissional, será que as questões que nos nortearam foram o prazer, o desejo profundo de exercer tal ou qual atividade profissional, a aptidão? Ah mas como nortear-se por isso, se há contas a pagar, uma vida a construir, coisas a conquistar? É o que as pessoas me perguntam...

Claro, eu respondo, há que se pensar nas contas a pagar e todos os outros deveres sociais que vem com a vida adulta. Mas será que não há possibilidade de se unir os vários anseios?

Eu acredito que sim.

Mas eu vejo a maioria das pessoas tão fechada na crença de que o trabalho é apenas o meio que viabiliza o dinheiro e este, por sua vez viabilizará a felicidade, que não enxerga outros caminhos possíveis para isso. E eu pergunto a idéia é chegar lá ou viver lá?

Então me lembrei da história do pescador que morava numa casinha simples, pescava a quantidade de peixes necessária à subsistência da família e vivia sua vidinha pacata e feliz quando veio alguém e lhe disse – mas por que você não pesca vários peixes e vende o que você não vai comer? Com isso você faz dinheiro e daí pesca mais peixes, emprega pessoas, compra barcos etc. e logo você está com uma grande fortuna? O pescador pensou na idéia e seguiu com ela. Depois de muitos anos, com uma empresa muito grande, que empregava muita gente, ele andava tão estressado e infeliz que tudo que queria era vender tudo e ir pescar seu peixinho tranqüilo... Ora, mas não era isso que ele já tinha, então por que percorrer todo esse caminho?

A questão não é o dinheiro em si. Costumo dizer que o dinheiro e tudo que vem com ele é uma delícia, mas depende do quanto ele custa para mim. Ou seja, quanto de alegria, satisfação, prazer, ritmo e independência ele vai me custar.

Porque eu acho que o caminhar da vida é o caminho e precisa ser vivido hoje da maneira que eu sonho viver algum dia. Não dá para ficar vivendo com a esperança de que o futuro chegue e então eu possa ser feliz. Tenho que buscar cada possibilidade de ser feliz hoje, em todas as minhas dimensões de ser.

E a profissional, como energia fundamental da vida, não pode estar fora dessa equação. Energia que vem de “ergos” = que produz trabalho, modificação. Nesse sentido, a energia que coloco no trabalho faz toda diferença no meu processo de evolução, de vida!

Buscar o que realiza, o que faz feliz e que te motiva no trabalho pode ser um caminho mais longo ou mais curto, mas parece ser um imperativo nos tempos de hoje. E a geração Y talvez possa nos servir de inspiração à medida que já nasceu num mundo de infinitas possibilidades trazidas pela tecnologia, pela melhora na condição geral de vida do País e do Mundo nesse momento da história. Eles não se perguntam se podem fazer, simplesmente vão lá, inventam, acreditam e fazem.

Boa reflexão para as férias de Julho, não? Boas férias! 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Palesta: Jung e o Homem Contemporâneo

Amanhã, 22/08, faço uma palestra no Espaço Cultural A Coisa com uma leitura do homem contemporâneo sob a visão Junguiana, através do Mito de Sísifo.

Sísifo é aquele que por ter desafio o deus do Olimpo, Zeus, recebeu como castigo rolar uma pedra montanha acima para vê-la escorregar quando estava prestes a chegar a cume. Sísifo então retoma seu esforço de empurrar a pedra montanha acima, infinitamente.

Começando às 20:30 hs, a atividade faz parte do Ciclo de Palestras que acontece no Espaço e é uma atividade gratuita.

O Espaço Cultural A Coisa fica na R. Amador Bueno, 1300, próximo à Av. Nove de Julho.

Apareçam! Vai dar um bom bate papo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Individualidade na relação a dois

Ôoooo conversinha complicada essa não?? Esse tem sido um tema recorrente no consultório e nas conversas informais com amigos e amigas por isso resolvi fazer aqui algumas reflexões.

Como faz para preservar a individualidade no relacionamento a dois? Como aceitar numa boa que o desejo do outro pode não ser o mesmo que o meu em alguns momentos? Qual é essa linha tênue que separa o meu desejo, o desejo do outro e o nosso encontro?

Eu penso que é uma questão de tomar consciência dos próprios desejos, limites, carências e pontos obscuros para então poder separar o que é meu, o que é do outro e o que é nosso. Mas como fazer isso? Gosto de um jeito prático de olhar para as situações e então refletir:

Quando a minha reação está diretamente relacionada a um comportamento do outro, que tenha sido desrespeitoso ou de pouco caso, devo colocar claramente os limites, de maneira que eu me sinta respeitado e valorizado. Quando meu sentimento é de alguma forma desproporcional ao comportamento do outro, objetivamente analisando, alerta: pode ser que pontos meus estejam invadindo a relação a dois. 

Nessa hora, apenas ter consciência não basta. É preciso ter coragem para encarar o seu ponto de dor, de medo, de seja lá o que for, para não depositar sobre o outro expectativas que nunca poderão ser preenchidas, porque seja lá qual for o SEU ponto, só VOCÊ poderá dar conta dele. Nunca o outro.

Outro ponto a refletir é que quando gostamos de alguém parece surgir um sentimento de preenchimento que quando estamos sozinhos quase não acontece, infelizmente.. (mas esse é outro papo...) Querendo preservar esse sentimento, de repente nos pegamos querendo que ele dure para sempre... aí é que mora o perigo! Podemos começar a desejar que o outro seja para sempre aquele ser que vai manter a quentinha sensação de preenchimento. E daí começam as expectativas sobre como o outro deve ser - aquele ideal - para ser capaz de manter a sensação de preenchimento. 

Mas tem um dia que esse alguém começa a se interessar por um algo que não tem nada a ver com o seu mundo e pelo que você não se interessa... hum... o que fazer? Respeitar, compreendendo que tem uma porção de individualidade em cada um de nós que se não puder ser compartilhada com o nosso alguém, pouco importa. Não acredito em relação à dois onde se possa compartilhar TUDO. Acredito que se possa compartilhar partes - por vezes até generosas - do nosso TUDO com algumas pessoas.

E o que compartilhamos é que deve ser a parte em foco, pois essa é a parte relação. A dois, a três, a quatro, em família...

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Saudade... do que foi e do que poderia ter sido...

Ontem fiquei feliz porque o Caetano Veloso completou 70 anos, com cara e olhar de menino,  mas com um legado tão marcante e ao mesmo tempo tão doce... E com planos para o futuro e, esperamos todos, que sejam poesias tão lindas e que nos toquem profundamente...

Hoje vi que o Magro, do grupo MPB4 faleceu aos 68 anos, vitima de um câncer, fique muito triste...

E, por incrível que possa parecer, as duas notícias me trouxeram um sentimento de saudade, saudade do que já foi, saudade do tempo em que estávamos “sem lenço, sem documento” brigando por algo que acreditávamos, pela liberdade de expressão, pela igualdade dos direitos, pelo direito de amar quem quer que seja e, ao mesmo tempo, saudade da pessoa que fui e do que poderia ter sido... Saudade de ter pela frente a ilusão de que tinha a capacidade de mudar o mundo... como é bom esse sentimento, por mais ambicioso e presunçoso que ele possa ser!

Com o passar dos tempos, me deparo com a questão de que não só não consegui, e não conseguirei jamais, mudar o mundo, como estou “pelejando” para mudar a mim mesma, como o Sisifo que todo dia rola a pedra montanha acima e vê a pedra rolando de volta...

Então me vem à mente uma das frases que gosto muito “você faz as suas escolhas e elas te fazem”... sim, estou tentando mudar algo que eu mesma escolhi! Será ??? Sim, é tudo muito embolado e interligado, o caminho e as escolhas que fiz durante a minha vida me trouxeram até esse ponto, mas agora está no momento de voltar simbolicamente em algumas encruzilhadas da vida e re-significar algumas escolhas e deixar para trás algumas “pedras” que carreguei ao longo dessa vida ... 

É aí que a saudade volta, você olha para tudo que carregou ao longo dessa vida, separa o que vale a pena ficar, se despede do que não lhe cabe mais e, simplesmente, deixa rolar morro abaixo, sabendo que tudo foi importante para tornar a pessoa que você é hoje!

E neste ponto eu olho para o lado e percebo que não estou sozinha nessa tarefa, pois tem várias pessoas nesse mesmo exercício e, neste ponto, espero que cada um sinta a delícia de se saber único e ao mesmo igual a todos que o cercam...  

E assim é a vida, uma delícia de viver !!!

Essa postagem é uma deliciosa contribuição da minha amiga Lucia Navarro, psicoterapeuta junguiana e coach que atende em São Paulo.

terça-feira, 31 de julho de 2012

O Cavaleiro Preso na Armadura


Ontem finalizei a releitura desse livro tão curtinho e tão interessante. Conta a fábula de um cavaleiro muito dedicado à sua tarefa de guerrear e proteger e salvar e que queria ser o melhor cavaleiro de todo o reino. Queria estar sempre pronto para a próxima batalha e aos poucos começou a nem mais tirar a armadura quando voltava para casa pois assim sentia-se mais pronto para suas tarefas. Com o passar dos anos, a única imagem do cavaleiro que todos enxergavam era sua armadura.



E quando percebeu, não conseguia mais se desvencilhar da armadura e se aproximar das pessoas que amava, de seus sentimentos, de sua imagem verdadeira. Ele então se aventura pela Trilha da Verdade, em busca de sua verdadeira face. 


Quem nunca se sentiu assim? Preso numa situação, numa verdade, numa imagem da qual não consegue se livrar? 


Para nos livrarmos das nossas armaduras é preciso ter coragem de ouvir a voz que fala na boca do estômago, sabe qual? aquele eu mais mais verdadeiro e generoso, a indicar o melhor caminho, sempre. Independente do que dizem ou pensam aqueles que estão ao nosso redor. 


É preciso também aprender a falar a voz do coração consigo mesmo, claro, porque essa é a tarefa mais difícil, aceitação e amor à natureza humana imperfeita em si. Com os outros é consequência. 


É preciso aprender a surfar e aprender em cada situação da vida, sem pré - supostos, sentidos, conceitos. Apenas a observação dos sentidos, do silêncio, da vida ao redor, tão entrelaçada que se faz nas situações, pessoas, acontecimentos, que fica até previsível quanto menos nos agarramos ao que podemos ver e observamos com os olhos fechados.


O livro vale a leitura!

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que você quer de verdade? :: Artigo publicado na revista Expressa Mais!


“...eu subi na árvore, que tinha uma base forte e muitos galhos novos, ainda frágeis, e mesmo que alguém dissesse – cuidado, vai quebrar... eu estava me equilibrando ali”.  Na árvore tem muitos galhos novos, como novas idéias dentro de mim - ouvi de quem relatou esse sonho.

Vivemos num mundo onde racionalidade, objetividade e utilidade se sobrepõem à subjetividade e ao sentido verdadeiro, como norte de nossos atos e decisões cotidianos. Mas será esse o melhor caminho para reconhecer o que se quer?

Desde que nascemos aprendemos a barganhar o amor e a aprovação dos que nos rodeiam em troca de comportamentos e atitudes esperados de nós. Nesse processo muitas vezes não aprendemos a escutar o que nós queremos de verdade. Então vamos vivendo na balança entre acatar e atacar os que nos dizem o que fazer.

Quando começamos a olhar para dentro e vamos conseguindo identificar a voz que fala no mais profundo do nosso peito, do nosso estômago, do nosso eu, um mundo de possibilidades abre-se para nós.

O exercício de escutar essa voz mais profunda que fala em nós, indicando a melhor direção a seguir a cada momento, exige Coragem.

Coragem de acreditar mais em nós e menos na opinião das outras pessoas. Coragem de seguir em direção ao que queremos de verdade, correndo risco de desagradar alguém que queremos muito bem, mas que nem por isso tem direito ou razão de definir como devemos conduzir nossa própria vida. Coragem de mudar.

E na medida em que nos equilibramos nesses galhos novos, nascidos da nossa voz mais verdadeira, a vida vai ficando mais leve, mais segura, mais feliz! E os que amamos passam a reconhecer em nós a beleza do saber o que se quer de verdade.


publicado na Revista Expressa Mais! de Abril/2012

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Quando mudam os ventos...

Tem momentos na vida que são marcados pela necessidade de se iniciar uma nova etapa. Mudança geral. Pode ser de cidade, de país, de profissão, de estado civil ou várias coisas juntas.

Vem um frio na barriga e por vezes uma vontade de ficar no quentinho conhecido. Difícil deixar algumas coisas para experimentar outras. Mas a nova etapa insiste em se fazer necessária, a cada dia com mais força.

O exercício é se entregar para o novo, se desvencilhar do passado, deixando a vida fluir em direção àquele novo. Observando o seu próprio sentir como guia.

Honeysuckle (Madresilva no Brasil) é o floral que nos ajuda nesses momentos porque traz a vibração "deixar o passado no passado e viver o presente". Na pérgola da entrada da minha casa nova eu plantei Madresilva (planta do tipo trepadeira de folhas delicadas e uma florzinha super perfumada!), quando na ocasião estava mudando não só de casa, mas de cidade e outras coisinhas mais...


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Xingu

De personalidades tão diferentes, os irmãos Villas-Boas - que tem a história contada no filme Xingu - me fizeram pensar na questão do objetivo que move cada um e como a energia concentrada num único foco produz resultados surpreendentes.

Sem a menor dúvida de seu objetivo - proteger os índios da invasão dos brancos, país à dentro - foram construindo os passos corajosos e inteligentes com a sensibilidade de quem está integrado energeticamente com seu objetivo. E faz para isso o que tem que ser feito.

Quantas experiências cada um tem de ter conquistado seu objetivo porque não tinha a menor dúvida de que conseguiria? Porque concentrou todos os seus esforços num único ponto, fez o que precisava ser feito com coragem e dedicação? 

Por que então muitos dos nossos projetos e objetivos não se concretizam?  É porque não queremos tanto assim ou porque não temos coragem de enfrentar o fato de que a concretização de uma ideia nunca será 100% fiel à ideia inicial? Pois como nos ensinou Platão, nunca o azul do Mundo das Idéias será o mesmo azul no mundo objetivo...




quarta-feira, 23 de maio de 2012

Por que a pressa?


Já reparou como quanto maior a pressa que estamos para fazer alguma coisa mais parados parece que ficamos? Se estamos apressadinhos no trânsito, por exemplo, nossa fila sempre parece a mais vagarosa... quanto mais tempo passamos contando os minutos para que a hora passe, mais lentamente ela parece passar...

Parecemos estar o tempo todo com a sensação de estar perdendo tempo, apressados que estamos para fazer coisas. Mas às vezes nos esquecemos de lembrar que as coisas tomam o seu próprio tempo e que idéias e sentidos vão se fazendo sim no movimento da vida, mas o movimento não precisa ser apressado.

Qual é a pressa? A gestação de idéias para que se transformem em projetos e então se materializem precisa acontecer. E isso também é movimento. Por vezes, ficar parado algum tempo promove um baita de um movimento, interior.

Promover para si mesmo um dia-a-dia um pouco mais lento é um desafio nos dias de hoje. Mas muitas vezes me pergunto: o desafio está em conseguir isso ou querer?






quinta-feira, 12 de abril de 2012

Bifurcações

Tem momentos na vida que nos sentimos assim, parados num ponto do caminhar onde apresentam-se diferentes possibilidades de caminho a seguir. E agora? A sensação muitas vezes é de angústia, como se estivéssemos parados, perdendo tempo com a dúvida sobre qual caminho seguir.

Mas essas paradas são necessárias para que possamos analisar: para onde estamos indo? temos clareza de onde queremos chegar? quais escolhas nos trouxeram até aqui? quais as razões para seguir?

Para que possamos percorrer essas questões precisamos de tempo e disponibilidade para olhar para dentro. Coragem para ouvir as respostas. Sem essas paradas, pode ser que um dia, mais tarde, cheguemos onde nem pensávamos, ou desejávamos, estar e daí pode ser que a sensação seja de uma angústia ainda maior.

Permitir-nos esse tempo para gestar a clareza de onde queremos chegar e por que, vai fazendo com que os caminhos se abram e quando a nova ideia estiver madura, conseguiremos enxergar naquela bifurcação indicações suficientes para termos a certeza do melhor caminho a seguir rumo ao nosso objetivo.

Boa gestação!


quinta-feira, 5 de abril de 2012

Mulherzinha, eu? :: Artigo publicado na revista Expressa Mais!


Refletir sobre as questões do feminino hoje não é tarefa fácil. Quem é esse ser multitarefa, que dá conta de tanta coisa e tem ainda tantos conflitos em estar no mundo como mulher?

A mulher se transformou, cresceu em autoconfiança, atitude e pensamento. Mas por que a idéia do feminino no seu aspecto “mulherzinha” assusta tantas mulheres?

Quem é a “mulherzinha” de hoje?

Tem uma cena no filme “Casamento Grego” em que a mãe da Toula (personagem central) consegue que o marido dê a sugestão de que seja Toula a trabalhar na agência de turismo da tia. Isso era o que ela queria desde o início, mas conduz a conversa de maneira que ele sugira. É fantástica. Ele se sente o máximo, pois resolveu o problema dela. Ela tem o que quer. Daí ela fala: “O homem é a cabeça, mas é a mulher que vira o pescoço”. E dá uma risadinha fofa!

Acho que essa é uma característica de “mulherzinha” que eu vejo nas mulheres que estão conseguindo atuar no mundo com seus desejos, idéias, projetos e sonhos, sem deixar de lado um aspecto fundamental do feminino que é a receptividade. Estar disponível para a idéia do outro, acolher e reverenciar aquela contribuição, que é a semente que, quando acolhida, gera o novo.


Será que há uma geração de mulheres, filhas da revolução feminista, que não aprenderam muito bem a navegar nesse universo, estando um pouco perdidas? Eu vejo no consultório que sim.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Alegria

De repente uma alegria me invade, não sei porque. Que bom não saber. É tudo e é nada. De repente, sem mais nem porque uma lembrança te anima e você sente a vida pulsar em você. Assim, de repente.

O sorriso leve na minha face me lembra que a vida é feita de momentos, encadeados numa lógica transcendente, que teimamos, algumas vezes, em não enxergar. Ah que alegria tem a vida em tantos momentos abençoados!

Uma alegria serena, de bem receber o que a vida tem me reservado. À medida que esse sentimento me invade a energia parece ficar mais leve e tranquila ao meu redor. Quis compartilhar com você!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Rituais de Passagem


A vida vai passando e em muitos momentos nas nossas vidas nos vemos diante de uma passagem importante: nascimento, casamento, maternidade, inícios e términos de ciclos pedem rituais de passagem.

A energia concentrada num ponto faz uma marca emocional que é importante no alicerce da nossa história; e os rituais parecem ter o poder de concentrar nossa energia num único ponto, aquele momento presente.

Por isso os rituais sempre fizeram parte da história. Os rituais do equinócio de primavera no hemisfério norte, por exemplo, que acaba de acontecer, sempre foram marcantes na história ocidental. Os rituais que marcam a Páscoa - do hebraico Pessach, que significa passagem. A passagem de Cristo, da morte à vida eterna.

Estamos neste momento iniciando uma nova estação do ano junto com o início de um novo ano astrológico regido pela Lua - energia feminina, sentimento. Aproveitemos então essa vibração para nos harmonizar, fechar nossos ciclos, renascer! Fazendo nossos próprios rituais de passagem.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Luz e Sombra

Hampstead Heath - Londres - by Paula Bulgarelli
"A cura da doença pode ser encontrada descobrindo o errado dentro de nós e erradicando esta falha pelo desenvolvimento pleno da virtude oposta. Não lutando contra o errado, mas permitindo que a virtude oposta inunde o nosso Ser e ilumine a falha de nossa natureza." Dr. Edward Bach

Um pensamento me tomou de assalto esta tarde: como parecemos mais confortáveis em observar nossas chatices e defeitos do que nossas qualidades. Que pena!

Se, como afirmou Dr. Bach, temos dentro de nós, o potencial para a realização plena das virtudes humanas, significa que temos os dois pólos, dinamicamente atuando em nós.

Se em alguns momentos observamos uma virtude em desequilíbrio, não devemos colocar muita atenção no pólo negativo. A observação da virtude, e só ela, constrói uma camada de vibração positiva ao nosso redor. Inversamente, quando colocamos nossa atenção na falha, ela ganha mais energia e força.

Luz e Sombra: quanto mais a luz da consciência consegue se utilizar do potencial energético da sombra para fazer a transformação, mais caminhamos em direção à integração de Ser.

Reconhecer que os conflitos são necessários para buscarmos o que de verdade fala em nós, aquieta a mente e o coração. Nesse momento podemos recuperar o livre fluxo da nossa energia vital que fica presa numa rede de crenças sobre nós mesmos e o mundo.

Esse livre fluir da energia que circula em nós vai promovendo, pouco a pouco, o caminhar em direção ao que costumo chamar de "sentir-se confortável na própria pele", ou seja, aceitar-se como se é e ser capaz até de rir de si mesmo quando a ação, por vezes, não reflete o ser que se é.

Quais são suas virtudes?

Eu, terapeuta


Depois de anos como cliente de psicoterapia, eu tinha muita consciência de mim, minhas características e desequilíbrios que causavam sofrimento à mim e às pessoas queridas ao meu redor, mas de fato, tinha conseguido fazer poucos progressos em termos de mudança de comportamento ou alívio do sofrimento.

A transformação que se processou em mim após início de novo processo terapêutico que aliou a psicoterapia com técnicas como Caixa de Areia, Florais de Bach e Relaxamento entre outras, foi determinante na definição do meu caminho como Terapeuta.

Decidi não retomar o 5º ano do curso de Psicologia e dedicar meu tempo ao estudo dos Florais de Bach, das bases da Psicologia Junguiana e do entendimento do ser humano numa visão holística. Afinal, ser psicóloga talvez não me desse a liberdade de trabalhar em consonância com o que acredito: é a combinação de técnicas terapêuticas que trabalham diretamente no restabelecer do livre fluxo energético ao trabalho de psicoterapia, que traz avanços profundos no processo de autoconhecimento e equilíbrio do ser para uma vida mais integrada e feliz.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ah o amor... :: Artigo publicado na revista Expressa Mais!

Feliz ano novo! Não é assim que cumprimentamos as pessoas que vemos pela primeira vez quando um novo ano começa?

Quando um novo ano começa, quantas pessoas renovam a esperança de encontrar o amor...

Que amor? Aquele sentimento fácil de reconhecer quando estamos enamorados e tão difícil de manifestar quando estamos contrariados?

Fácil de sentir pelos filhos da gente, mas difícil de sentir pelos filhos dos outros? Que outros filhos são esses senão filhos amados de outros pais?

Será que se conseguirmos sentir pelos outros filhos todos, incluindo a nós mesmos, uma pequenina parcela do amor que dedicamos aos nossos próprios filhos, muda alguma coisa?

Muda tudo. Em nós e no mundo.

O exercício de deixar o sentimento de amor fluir através de nós começa pelo caminho do amar a si mesmo, não tem outro jeito. Lambendo as feridas, compreendendo as escolhas, buscando dentro do dentro o que nos faz diferente e o que nos faz igual.

Daí, reconhecer-se como parte de um todo maior, interconectado nas situações, experiências e pessoas ao redor é um pulinho. Só então podemos acessar o amor em outra dimensão, a do sentimento que já não tem como alvo apenas o bem de poucos amados, mas sim o bem de tudo e todos.

Poderia estar essa busca representada também nas nossas renovadas esperanças para o novo ano que começa? Feliz ano novo!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Medo de que?

Tem medo que vem de mansinho, tem medo que vem aos galopes. Tem medo que acorda de noite. Tem medo que vem de fora, tem medo que vem de dentro. Tem medo de voltar, tem medo de ficar. Tem medo de não se encaixar e tem medo de pactuar. Tão diferentes quantos diferentes somos.

O que de comum nas diferenças?

Medo contrário da Coragem. Coragem de ser. Coragem de deixar ser. Coragem de aceitar quem se é. Coragem de confiar na vida que se descortina ao caminhar. Coragem de reconhecer que cada pequenina parte desse caminho foi essencial na construção de quem se é hoje, ontem e sempre. Agradecer.

Nascer implica coragem. Fé de entregar-se à vida sem qualquer controle do que virá pela frente. Porque viver seria diferente? Porque em alguns momentos ao longo da caminhada nasce a necessidade de controlar o que vem depois do agora?

Reconhecer-se nas escolhas da vida ajuda a relaxar e confiar que o que virá em seguida não poderá ser em nada tão diferente daquilo que viemos escolhendo, sendo, vivendo. São todos frutos do caminhar.




LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...